“Compromisso, Rigor e Missão” foi o mote do XIII Congresso Nacional das Misericórdias, que trouxe a Albufeira figuras de destaque do panorama político, social, religioso e empresarial. Quatro dias, oito sessões temáticas e quatro painéis de debate, que culminaram com a intervenção do Presidente da República, que elogiou a iniciativa como forma de “reacender o nosso compromisso ao serviço de Portugal”. O Congresso contou com representantes das 398 Misericórdias nacionais, 23 das quais localizadas na região do Algarve.
Albufeira foi palco do XIII Congresso Nacional das Misericórdias, que reuniu no Palácio de Congressos do Algarve mais de 700 participantes e representantes da maioria das Misericórdias de todo o país.
Durante quatro dias, de 7 a 10 de fevereiro, diversas individualidades da sociedade civil, políticos e empresários debateram os principais desafios do setor social, abordando temas relacionados com o envelhecimento da população, o papel da economia social, a sustentabilidade das Misericórdias, a cooperação e a relação com o Estado, o contributo das Santas Casas para o desenvolvimento do território nacional, o impacto da Lei de Bases da Saúde, as novas tecnologias na prestação de cuidados às pessoas idosas, entre outros.
“Felicito a Assembleia por uma adesão tão grande ao Congresso em representação das 398 Misericórdias nacionais e, a expressiva participação a nível regional. Das 21 em 23 Misericórdias do Algarve colaboraram para a sua realização”, destacou Patrícia Seromenho, provedora da Santa Casa da Misericórdia de Albufeira, dando as boas-vindas aos congressistas.
O primeiro dia ficou marcado pelo Desfile das Irmandades, com início na Igreja Matriz de Albufeira após a Eucaristia presidida por D. Manuel Neto Quintas, Bispo do Algarve. A sessão de abertura, já no Palácio de Congressos, contou com a intervenção do presidente da Câmara Municipal de Albufeira, que destacou o trabalho dos voluntários para a causa comum: “as Santas Casas das Misericórdias, disseminadas por todo o país, são um exemplo do papel interventivo e proativo no desenvolvimento das sociedades, através de ações fundamentais na infância e na velhice, não esquecendo o papel que desempenham no acompanhamento e apoio aos mais necessitados a nível económico e na carência física e mental”.
Um dos momentos mais marcantes do Congresso foi a intervenção do Presidente da República, que na sessão de encerramento referiu que “durante cinco séculos ninguém conseguiu substituir o papel das Misericórdias. Passaram os regimes políticos, económicos, sociais e as Misericórdias foram vingando, não por uma mera afirmação de história ou de passado, mas porque respondem a necessidades efetivas do presente e do futuro, e porque têm uma capacidade de rejuvenescimento intergeracional que surpreende tudo e todos”. Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou o papel insubstituível das Misericórdias, recordando que “neste tempo de envelhecimento na sociedade portuguesa e, portanto, de mais exigentes cuidados continuados, estes devem ser acolhidos no sector social, particularmente vocacionado para enfrentar este problema com rigor, com compromisso e sentido de missão”. O chefe de Estado elogiou a iniciativa, afirmando que “estes encontros são uma forma de reacender o nosso compromisso ao serviço de Portugal. Há direitos fundamentais consagrados na Constituição, cuja satisfação e garantia passa pelo vosso papel”.
As conclusões do Congresso foram apresentadas pelo provedor da Misericórdia de Setúbal, que referiu que “as cerca de 400 Misericórdias portuguesas, algumas com mais de 500 anos de existência, continuam hoje a ser úteis às comunidades que servem em todas as vertentes das denominadas políticas socias”. Fernando Cardoso Ferreira deu a conhecer que a “atividade diária das Santas Casas desenvolve-se na prestação de serviços de ação e proteção social a crianças, adultos, idosos e deficientes, no total de cerca de 150 mil utentes por dia e que empregam direta e indiretamente mais de 100 mil trabalhadores, aos quais acrescem as largas dezenas de milhares de cidadãos que quotidianamente recorrem aos nossos hospitais e equipamentos de saúde”.
Destaque ainda para as intervenções de Manuel Lemos, presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), de José Silva Peneda, presidente da Assembleia Geral da UMP, e de José Vieira da Silva, ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, que discursou sobre “O papel do setor social no desenvolvimento das políticas sociais no Estado Português”.