As Hortas Comunitárias da Guia estão a ser objeto de requalificação, numa empreitada que contempla a vedação dos talhões, a substituição da casa de apoio existente por uma maior, a colocação de instalações sanitárias e pintura de muros e bancos, num investimento de 18.925,00 +Iva.
As Hortas Comunitárias da Guia existem desde dezembro de 2013, altura em que Albufeira fez a entrega de 11 talhões de terra, ao abrigo do projeto municipal “Terra Produtiva”. Volvidos cinco anos, urge renovar cercas, uma casa de apoio agrícola maior, instalações sanitárias, pintura de muros e bancos, num investimento de cerca de 19 mil euros.
Segundo o presidente da Câmara Municipal -- e um dos entusiastas desta iniciativa --, José Carlos Rolo, “as Hortas Comunitárias da Guia são um êxito. Desta forma, temos vindo a evoluir neste conceito de cariz comunitário e têm-nos chegado novos pedidos. Há ainda terras por cultivar e são muitos os munícipes que expressam a vontade de voltar às raízes e de produzir os seus próprios alimentos, como o que está a acontecer em Ferreiras, onde as pessoas, livremente, fazem as suas hortas em terrenos municipais. É um projeto que vai continuar a crescer para apoiar e incentivar a produção e o consumo de produtos frescos locais, biológicos e sazonais.”
Satisfeita com a sua produção, Alzira Ventura, 57 anos, diz que tem vindo a ser uma mais valia na sua vida o consumo dos alimentos que ali planta: alfaces, tomates, beringelas, brócolos, cenouras, ervilhas, favas, rabanetes, chuchus e muito mais. Chega mesmo a congelar alguns alimentos para que deles possa usufruir durante o inverno. A produção nunca é demais, na medida em que também oferece aos amigos e, muito frequentemente, os utilizadores destas hortas, oferecem entre si parte das suas colheitas. São alimentos sem aditivos, pelo que todos os utilizadores frequentaram um curso sobre agricultura biológica e outras formações, nomeadamente, o de ervas aromáticas, que também consta das plantações de Alzira Ventura. “Tem sido excelente”, diz-nos Alzira, “até porque, infelizmente, tive um problema de saúde e o consumo de alimentos saudáveis é um imperativo. Fazer esta horta biológica justifica bastante todo o empenho que nela tenho. Mexer na terra, é bom”.
Outro beneficiário é Américo Serqueira, 51 anos de idade, que é peremptório em afirmar que “os produtos biológicos não têm nada em comum com os que se compram; são muito melhores, a começar pelo sabor”. Durante o inverno, a escolha de Américo Serqueira recai sobre as favas, as ervilhas, repolho e outras couves. O verão é mesmo para apreciar o que podem ser as saladas, pelo que a alface, o tomate e o pimento são os produtos de eleição. “Às vezes, quando a terra dá mais que o previsto”, adianta Serqueira, “distribuo pela família e todos ficam muito satisfeitos, os produtos biológicos são manifestamente melhores. E o que se leva da terra é aquilo que não se compra e sempre ajuda à economia caseira”.
Refira-se que os beneficiários destas hortas têm vários direitos reconhecidos, designadamente a utilização de um talhão com 40 metros quadrados, o uso comum de recursos, espaços e materiais para a prática da atividade agrícola (abrigos de ferramentas, instalações sanitárias e pontos de água).
Para além da produção de produtos biológicos, este projeto visa também fomentar o espírito comunitário e a apropriação qualificada do espaço público, proporcionando a alguns munícipes a oportunidade de complementarem o orçamento familiar com a prática de agricultura biológica, livre de químicos. Para o efeito, foi ministrada formação aos utilizadores das hortas.
Saliente-se que em Ferreiras também existem hortas comunitárias, em terrenos do Município, mas com exploração comunitária espontânea.