EMPRESÁRIOS DE ALBUFEIRA PREPARAM-SE PARA A INOVAÇÃO

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No passado dia 21, o Salão Nobre acolheu uma sessão de esclarecimento sobre o projeto “INOVA ALGARVE 2020”, na qual mais de 20 empresários estiveram presentes. Vitor Neto, do NERA, desmistificou diversas questões quanto ao Turismo.

“Vi crescer esta cidade ao longo de décadas e é hoje uma das mais importantes e na economia da Região; note-se que tem mais dormidas legais do que muitas regiões inteiras do país”, iniciou Vitor Neto, o recém reeleito Presidente do NERA – Associação Empresarial da Região do Algarve e natural de Albufeira. O ex-Secretário de Estado do Turismo dirigia-se aos cerca de 20 empresários do concelho que estiveram presentes na sessão que decorreu no passado dia 21, no Salão Nobre dos Paços do Concelho e que se mostraram entusiasmados com as questões da inovação e com o “Programa de Estímulo para o Desenvolvimento de Atividades de Inovação nas PME no Algarve”.

Vitor Neto que usou da palavra depois das boas vindas pelo Vice-Presidente da Câmara Municipal, José Rolo, esclareceu os presentes que quer o NERA, quer a AMAL e a CCDR possuem estruturas de apoio aos empresários no sentido de os ajudar, por um lado, a esclarecer as diversas questões que possam ter em termos “do que é a inovação” e, por outro, no apoio à elaboração de uma candidatura ao Programa Operacional Regional do Algarve – CRESC Algarve 2020, por forma a inovarem na sua empresa e, com isto, diferenciarem o seu produto e/ou serviço no mercado.

O presidente do NERA apresentou ainda dados que para muitos foram uma surpresa, especialmente quando afirmou que das “seis mil empresas existentes em Albufeira, 2.200 são sociedades. Destas empresas, 400 situam-se no comércio, 100 na área dos transportes, 700 no sector do alojamento e restauração, 300 são do sector imobiliário, apenas 40 na área da agricultura, o que mostra que estamos a deixar para trás uma riqueza imensa, que outrora foi de importância capital para Albufeira e esta é uma actual fraqueza deste concelho. As restantes empresas são de outras áreas dispersas”.

Seguindo dados do INE, aquele responsável afirmou ainda que o Algarve tem quase 50% de todas as dormidas a nível nacional, das quais cerca de 80% são estrangeiras, “é que a diferença reside neste dado económico: as dormidas nacionais contam como consumo interno e as estrangeiras como exportações. Uma das nossas grandes lacunas nacionais é a de não afirmarmos a importância do Turismo na Economia. O Turismo merece uma atenção superior e Albufeira tem nisto um papel capital. Se queremos ser mais competitivos temos que nos adaptar às novas realidades e quem não fizer este trabalho de inovação, desaparece.”

Note-se que no ano passado houve um crescimento em Portugal de quase quatro milhões (3.919.000) de dormidas de estrangeiros, das quais 1,5M veio para o Algarve “sendo que o Porto registou cerca de 600 mil e Lisboa, 800 mil. Há dados a desmistificar quanto ao Turismo, mas isso é simples, basta saber ler os dados do INE – Instituto Nacional de Estatística”, reforçou aquele empresário, acentuando ainda “a qualidade e o prestígio do turismo algarvio. Eu acho que deveríamos ganhar uma medalha”. No que concerne aos turistas ingleses, reforçou que há 9 milhões na totalidade de dormidas legais (2016), das quais 67% do total são no Algarve, tendo a Madeira  cerca de 20% desse total, Lisboa 8% e o Porto, 2,8 %. E acrescentou: “ No ano passado, houve um acréscimo de mais de 800 mil dormidas de ingleses no país e dessas, 500 mil das quais se verificaram o Algarve”.

Vitor Neto lamentou que “tentem inferiorizar a região como sendo apenas um destino de sol e mar, porque os números continuam a falar de um destino privilegiado, mas não podemos ficar para trás”.

Por estes motivos, é que o NERA, a AMAL, a CCDR se encontram unidas no apoio aos empresários da região na elaboração de candidaturas aos fundos comunitários. O apoio visa garantir que as candidaturas se encontram enquadradas na estratégia Europa 2020 que visa criar um crescimento inteligente (investindo de forma eficaz na educação, investigação e inovação), sustentável (movendo-se em direcção a uma economia de baixo carbono) e inclusivo (enfatizando a criação de emprego e a redução da pobreza). Para além disso é ainda essencial que a candidatura se encontra alinhada com a RIS 3 Algarve – Estratégia Regional de Investigação e Inovação para a Especialização Inteligente que, de entre outros, preconiza a promoção da diversidade de base económica regional; a promoção de redes de cooperação e reforço da transferência de conhecimento entre o sistema de investigação, e o meio empresarial e o mercado; o incremento do foco na investigação aplicada e na inovação com ênfase nos resultados, nomeadamente, com vista à melhoria da competitividade, da incorporação e captura de mais valor e o aproveitamento do potencial dos recursos naturais da região, potenciado pela variedade relacionada entre os diversos setores de especialização regional, reforçando as cadeias de valor promovidas pela dinâmica do setor turístico.

No que concerne às áreas de especialização inteligente, refira-se que o Algarve possui dois mercados consolidados, que são o sector do Mar e o sector do Turismo. Nas áreas emergentes encontram-se os sectores Agro-alimentar, Energias Renováveis, Ciências da Saúde e da Vida, as TIC e Actividades Criativas.

José Carlos Martins Rolo sublinhou ser esta “uma oportunidade que não pode passar ao lado dos nossos empresários. Inovação não é decoração, mas também não é pôr referências do passado de lado. Há cuidados a ter, para não definharmos naquela que é a nossa mais valia.”

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Data de Publicação: 

2017/06/29