No dia em que passaram 30 anos após a morte de João Bailote, a Galeria Municipal de Albufeira abriu as suas portas com o nome do pintor como patrono. À cerimónia compareceram amigos do pintor, familiares e, regra geral, diversos admiradores da obra de um dos mais profícuos pintores do século XX.
Desde ontem que Albufeira passa a ter a Galeria Municipal João Bailote, um espaço já existente desde os finais da década de 80, mas que não tinha ainda patrono. Por deliberação da Câmara de 27 de Setembro face à proposta da Vereadora da Cultura, Marlene Silva, João Bailote passa a ser reconhecido como um dos pintores mais importantes para a História deste Município.
Nascido em 1913, na Rua Nova, na zona antiga de Albufeira, João Bailote pintou centenas de telas, sendo que a larga maioria se encontra fora do país, a preços bastante elevados. Muitos ainda se recordam do pintor, falecido em 1986, nomeadamente do seu “Café Bailote”, que era a sua galeria onde expunha parte da sua obra, sendo a primeira galeria de arte do Algarve, bastante frequentada por turistas estrangeiros nas décadas de 60-70.
O dia de ontem contou com o lançamento da biografia do pintor, assinada por Luísa Monteiro, onde a sua vida e obra são agora revelados, sob o título “Bailote – o pintor do Oposto”. Mais de uma centena de amigos e familiares estiveram presentes na cerimónia, levando consigo também uma oferta especial: a réplica de um dos seus quadros de 1985.
O Presidente da Câmara, Carlos Silva e Sousa partilhou na altura ter “três Bailotes; um comprado a prestações no início da minha carreira de advogado, outro mais tarde e por fim, um que foi oferta da família após a sua
morte”. Emocionado, Carlos Silva e Sousa lembrou da “amizade com que Bailote me tratava e fez-me crítico da sua pintura”. Por seu turno, a Vereadora Marlene Silva vincou que “o mais significativo da obra de Bailote não está entre nós, e isso quer dizer que Albufeira está por todo o mundo, o que se justifica que o apelidemos como o maior Embaixador que Albufeira teve até à data”.
O Presidente da Assembleia Municipal, Paulo Freitas lembrou o seu café ainda em moldes tradicionais e do pintor lhe ter dito, quando era criança, “eu não pinto, coloco sentimentos e pensamentos numa tela”. Lisete Bailote de Paulo, a sua única filha, esteve presente, agradeceu a homenagem e reiterou ser “mais que merecido este reconhecimento”.