“Embora Cervantes e Shakespeare não tenham falecido exactamente a 23 de Abril de 1616, a data tornou-se comumente aceite para celebrar aquilo que os une um ao outro e aos leitores: o livro.” Estas são as palavras do Presidente da Câmara Municipal de Albufeira no separador de livros que serão oferecidos amanhã a todos aqueles que se deslocarem à Biblioteca Municipal Lídia Jorge, a qual tem outras surpresas para os leitores.
A Biblioteca Municipal Lídia Jorge não esqueceu as comemorações dos IV séculos da morte de Shakespeare e Cervantes e celebra a data com duas exposições bibliográficas sobre estes escritores.
Considerados os mais importantes escritores de sempre, quer na dramaturgia, quer na narrativa, Shakespeare e Cervantes são quem figura num separador de livros criado pelo Município de Albufeira para oferecer a todos aqueles que amanhã visitem a Biblioteca. Numa face, o Presidente da Câmara, Carlos Eduardo da Silva e Sousa escreve que “Embora Cervantes e Shakespeare não tenham falecido exactamente a 23 de Abril de 1616, a data tornou-se comumente aceite para celebrar aquilo que os une um ao outro e aos leitores: o livro.” Na outra face, as palavras cabem a um dos maiores cultores do livro de sempre, Jorge Luis Borges, autor de “Biblioteca de Babel” que muito pensou e escreveu sobre estes maiores da literatura e que diz: “Cervantes compraz-se em confundir o objetivo com o subjetivo, o mundo do leitor com o mundo do livro. […] Ao morrer, Shakespeare colocou-se diante de Deus e disse: Eu, que tantos homens tenho sido em vão, queria ser um só, eu. A voz de Deus, trovejante, respondeu-lhe: Nem mesmo eu sou eu; sonhei o mundo como tu sonhaste a tua obra, meu Shakespeare, e entre as formas do meu sonho estavas tu, que como eu, era muitos e ninguém.”
Para além dos separadores e da exposição bibliográfica, a Biblioteca oferece igualmente, a cada dez entradas, um saco surpresa onde, como não poderia deixar de ser, constarão livros.
Em festa, a Biblioteca Municipal Lídia Jorge oferece também amanhã, aos mais novos, um espectáculo de teatro adaptado à cena a partir de uma obra narrativa de António Torrado: “Vem aí o Zé das Moscas”, para ver a partir das 16H00.