BIBLIOTECA DE ALBUFEIRA ACOLHE NO SÁBADO LANÇAMENTO DE DOIS LIVROS DE CONCEIÇÃO ELÓI

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“O Amor em quadras de inspiração popular” e “Vozes do Coração” são os livros que agora nascem para o público, sob a mesma semântica, mas de estilos formais distintos: um em quadras e o outro em sonetos. A autora é Conceição Elói, uma voz de Paderne que cultivou a escrita ao longo de 70 anos, tendo iniciado a sua produção no jornal A Avezinha, que fundou, juntamente com outras jovens, em 1921. A edição crítica é de Ruivinho Brazão, sob a chancela da ApeOralidade, com o apoio do Município de Albufeira. Vai ser no próximo sábado, 4 de novembro, às 18h00, na Biblioteca Municipal Lídia Jorge.

A Biblioteca Municipal Lídia Jorge acolhe no próximo sábado, 4 de novembro, às 18h00, o lançamento de dois livros de Conceição Elói, numa edição crítica de Ruivinho Brazão, presidente da Apeoralidade – Associação e Pesquisa da Oralidade. “O Amor em quadras de inspiração popular” e “Vozes do Coração” são os livros que agora nascem para o público, sob a mesma semântica, mas de estilos formais distintos: um em quadras e o outro em sonetos.

Diz o crítico e editor que “em C. Elói, coração e mente nunca se dissociam” e que no primeiro livro, o das quadras, deu prioridade “a trezentas e cinquenta e cinco quadras de redondilha maior, não integradas em texto: o canto do amor como determinante da estatura da pessoa, na humana caminhada da relação e do serviço no crescimento da comunidade”, ao passo que na escolha dos sonetos foi determinante a “originalidade das imagens colhidas na natureza com a fluência discursiva, com o domínio da língua e com a propriedade vocabular”.

De salientar que há ainda a merecer estudo a produção dispersa na imprensa, nomeadamente no Jornal Avezinha, bem como os diversos acrósticos, dedicatórias e demais criações, conforme refere Ruivinho Brazão.

Maria da Conceição de Sousa Elói nasceu em Paderne, a 31 de agosto de 1898, e faleceu em Faro a 7 de dezembro de 1979. Escreveu ao longo de 70 anos, cultivando a poesia, a crónica e o conto, sendo uma das quatro fundadoras do “Jornal A Avezinha”, em 1921, de cariz solidário, no qual participava sob o pseudónimo de Madressilva, à semelhança das restantes jovens, todas de nome Maria e que também assinavam com o nome de flores. A par desta publicação, também colaborou com o “Folha do Domingo” e “Correio do Sul”, no “Povo Algarvio”, na “Folha de Alte”, nas revistas “Portugal Feminino” e “Almanaque de Santo António”, bem como em revistas que se editavam no Brasil.

Elói concorreu a variadíssimos Jogos Florais, realizados tanto no Algarve como no resto do País, nomeadamente em Lisboa, Évora, Caldas da Rainha, Porto e Cascais. Desse modo obteve dezenas de prémios, entre primeiros e segundos lugares, assim como centenas de menções honrosas. Recebeu o último galardão em Lisboa, num concurso promovido pela revista “Mundo Rural”, onde um dos seus contos obteve um segundo lugar. Os Jogos Florais do Racal Clube escolheu-a para patrona da iniciativa. No primeiro aniversário da sua morte, Paderne homenageou-a com a colocação de uma lápide na casa onde nasceu, no sítio dos Montes Elóis, e uma placa evocativa junto do seu túmulo no cemitério local. Também lhe atribuiu o nome a uma das ruas da sua terra-natal.

Com apresentação de Luísa Monteiro, estas obras saem ao público com estudos críticos de Ruivinho Brazão, pontuando assim Albufeira como uma referência literária no âmbito da produção popular, ao lado de outras referências algarvias.

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Data de Publicação: 

2023/11/02