O “Fórum Saúde” abriu portas, simbolicamente, na passada quinta-feira, 7 de abril - Dia Mundial da Saúde - data escolhida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para sensibilizar a população para a importância de manter o corpo e a mente saudáveis, chamar a atenção acerca dos principais problemas de saúde a nível mundial, alertando para os principais riscos e para a prevenção.

A iniciativa, que se realiza pelo primeiro ano em Albufeira, teve por objetivo informar e esclarecer a população sobre a importância da saúde ao longo do ciclo de vida.

Durante três dias, de 7 a 9 de abril, centenas de pessoas visitaram o Espaço Multiusos da cidade para assistir a palestras e demonstrações de diferentes especialidades médicas, realizar rastreios gratuitos (despiste de diabetes, cancro do cólon e da próstata, risco cardiovascular, glicémia, hipertensão, VIH/Sida, visão e audição) e participar em atividades associadas à saúde e bem-estar dirigidas a todas as faixas etárias da população.

Na abertura do evento, o presidente da Câmara Municipal de Albufeira destacou o papel do poder local na saúde das populações. “Recordo o enorme trabalho e investimento realizados pelas autarquias, especialmente a partir do 25 de abril, em infraestruturas de águas e saneamento, e as consequentes implicações a nível da saúde dos cidadãos”. Carlos Silva e Sousa referiu que à escala mundial “cerca de 80% das questões relacionadas com a saúde resultam de problemas ligados à qualidade da água e deficiências no saneamento básico”. A própria OMS aponta para que um dólar gasto neste tipo de infraestruturas equivale a quatro ou cinco vezes o investimento que é necessário realizar no setor da saúde, em clínicas e hospitais, médicos, enfermeiros e medicamentos, frisou.

 O Município tem uma enorme preocupação em ter uma “comunidade saudável”, quer no sentido da ausência de doença quer no que diz respeito ao bem-estar físico e psicológico da população, disse. “Colaboramos com todas as entidades com responsabilidades na área da saúde, ajudamos os mais carenciados na aquisição de medicamentos e transporte para consultas e disponibilizamos equipamentos desportivos e atividades dirigidas a todas as faixas etárias da população, com o claro objetivo de proporcionar estilos de vida saudáveis, evitando o isolamento social e promovendo a saúde e o bem-estar”. Não nos podemos esquecer que a Saúde é um direito de todos, encontrando-se devidamente plasmado na Constituição, pelo que não pode haver ninguém sem acesso à saúde, concluiu.

A vereadora com o pelouro da Saúde agradeceu a todas as entidades presentes e à equipa responsável pela organização, “que ao longo de vários meses trabalhou com empenho e dedicação” para levar o evento à luz do dia. A propósito do tema do certame “Ciclo de Vida”, Ana Vidigal disse ter sido escolhido com vista a “enquadrar o Quadro de Referência para a Estratégia Europeia de Saúde - que se centra na promoção da saúde, na prevenção da doença e bem-estar da população e na redução das desigualdades na saúde - que vai ao encontro das competências do poder local, numa aposta que começa no momento da conceção do ser humano e termina na última etapa da vida”. Com esta iniciativa pretendemos “informar e esclarecer a população sobre como prevenir determinadas patologias e sensibilizar para a necessidade de promover mudanças no estilo de vida, de forma a alcançar uma maior longevidade e melhor qualidade de vida ao longo do tempo”, disse. “Trata-se de promover a capacitação do público em geral, através de uma atitude pedagógica que envolve a sensibilização para os riscos e a importância da prevenção. “A saúde é um direito fundamental, mas cabe a cada um de nós colaborar para reduzir as desigualdades no acesso à saúde, daí a importância do Diagnóstico de Saúde Municipal, em que estamos a trabalhar com vista à elaboração do Plano de Desenvolvimento de Saúde Local”. Um dos contributos para a elaboração, dinamização e implementação do Plano é dado pela ARS, no âmbito do protocolo de colaboração assinado com a Autarquia, documento que Ana Vidigal qualificou “como um marco importante e uma prioridade política na definição das estratégias locais de saúde”. Destacou, igualmente, a qualidade da água para consumo humano e das águas balneares, com bandeiras azuis em todas as praias, e a recente publicação do Regulamento de Ruído, investimentos que traduzem bem o esforço da Autarquia em prol da qualidade ambiental e da saúde dos cidadãos e de quem nos visita.

Gabriela Peixoto, que esteve na abertura do Fórum em representação do presidente do Conselho Diretivo da Administração Regional de Saúde do Algarve (ARS) referiu que o Fórum insere-se no âmbito dos objetivos do protocolo de colaboração firmado entre o Município e aquela entidade regional “com vista a reforçar, ainda mais, quer a prestação de cuidados de saúde quer a promoção de estilos de vida saudáveis junto da população de Albufeira”. Entre os objetivos constantes no documento, destaque-se a colaboração entre as duas entidades em ações que visam a promoção da saúde, partilha de dados e informações, cooperação na elaboração, dinamização e implementação do Plano de Saúde Municipal e emissão de pareces.

O presidente da Assembleia Municipal afirmou que Albufeira é um concelho que “respira saúde”. Paulo Freitas referiu que quando uma comunidade se sente bem com a qualidade do ambiente que a rodeia, as acessibilidades, o bem-estar a nível físico, psicológico e social “podemos dizer que temos o ciclo de saúde completo”.