O primeiro dia de verão, 21 de junho, foi o dia escolhido pelo presidente da Câmara Municipal de Albufeira para promover uma reunião de trabalho com associações empresariais e comerciantes locais, com vista a discutir algumas questões pertinentes ligadas à realização do Programa de Fim de Ano Albufeira Carpe Nox 2023-2024. José Carlos Rolo apelou à coordenação de esforços por parte de todos os participantes para manterem os seus estabelecimentos abertos nesta época do ano. “Queremos que quem escolhe Albufeira para fazer a Passagem de Ano não encontre tudo encerrado e tenha razões objetivas para dizer que “o melhor Fim de Ano é em Albufeira”, não só devido ao concerto, mas também pela hotelaria, bares, restauração e comércio, que decidam ficar mais dias e, eventualmente, regressem no próximo ano”.
O presidente da Câmara Municipal de Albufeira começou por referir um dos grandes problemas que todos os anos tem suscitado queixas por parte de quem escolhe Albufeira para assistir ao espetáculo de Fim de Ano. “O que se tem verificado, ano após ano, é que a maior parte das lojas, restaurantes e bares estão encerrados e quem vem para assistir ao concerto não tem onde comer, tomar uma bebida e divertir-se com a família ou os amigos, nem antes nem depois do espetáculo”, sublinha.
O Município de Albufeira faz um enorme investimento no evento, que não se resume apenas ao dia do espetáculo, mas também ao Natal, Paderne Medieval, SolRir, entre outras iniciativas que integram a programação de Fim de Ano, disse. “Trata-se de um enorme investimento público, que tem ser bem aplicado e justificado; por isso precisamos da colaboração de todos, nomeadamente das associações e dos empresários a nível individual. É fundamental sensibilizar os vários stakeholders para a necessidade de se fazer um esforço e um trabalho concertado para que o investimento, que é de nós todos, se justifique, caso contrário temos que ponderar muito bem o formato da programação”, afirmou. “Compreendo que não é fácil para os empresários manterem os seus estabelecimentos abertos nesta época do ano devido à sazonalidade, mas temos que encontrar uma forma de resolver o problema, eventualmente através da coordenação entre os vários estabelecimentos para que haja movimento nas ruas e equipamentos abertos. Queremos que quem escolhe Albufeira para se despedir do ano velho continue a dizer que o melhor Fim de Ano é em Albufeira, não só pelo concerto em si, mas também pela excelentes condições da hotelaria, bares, restauração e comércio, razões suficientes para prolongarem a estada por vários dias, em plena época baixa”, destacou José Carlos Rolo.
Refira-se que o programa de Fim de Ano de Albufeira tem vindo sempre em crescendo desde 2003 (primeiro ano em que o Município assumiu a Passagem de Ano como evento de rua). “É uma marca forte, não podemos descer o nível da programação a que habituámos os nossos visitantes e residentes; isso seria bastante negativo. A solução passa por inovar, diversificar e levar o programa a outras zonas do concelho, ou seja, por criar um pacote de eventos durante 4 ou 5 dias que atraia os jovens, mas também as famílias a passarem um Fim de Ano alargado no nosso concelho”, frisou, referindo que “a autarquia vai continuar a trabalhar no programa para que fique fechado e em condições de se fazer a apresentação pública mais cedo (conforme sugerido por um dos participantes na sala), eventualmente durante as comemorações do feriado municipal, a 20 de agosto”.
O presidente recordou que há já vários anos que a APAL – Agência de Promoção de Albufeira, principal parceiro do evento, pede aos seus associados para contribuírem para o Fim de Ano de Albufeira; isto porque todos somos necessários e todos beneficiamos com o fortalecimento da marca”, sublinhou.
Outra das questões levantadas por José Carlos Rolo tem a ver com “o reforço da segurança e do socorro”, questões fundamentais em qualquer destino turístico, mas que assume particular importância, aquando da realização de eventos que reúnem milhares de pessoas na cidade.
A concluir a sua intervenção revelou que, “este ano, depois do programa terminar, vamos fazer um estudo financeiro para saber do retorno do evento, uma vez que são estes indicadores que nos ajudam a tomar melhores decisões”.
O presidente da APAL recordou que a associação é parceira neste processo desde 2003 (primeiro ano em que arriscámos fazer o programa de Fim de Ano na rua), destacando “há gente aqui nesta sala que nunca fechou a porta nesta altura do ano e isto deve ser referido e valorizado”.
Desidério Silva disse subscrever as palavras e preocupações de José Carlos Rolo. A APAL está totalmente comprometida com a organização do evento, por um lado, apoiamos sempre o Município e, por outro, temos o nosso Plano de Atividades que proximamente contempla deslocações a Utrecht, Paris, Nova Iorque, temos contactos com Embaixadas e contratos com agências de comunicação que nos permitem divulgar o Fim de Ano em meios privilegiados.
Refira-se que o último Fim de Ano reuniu milhares de pessoas em Albufeira e o que se verificou foi que havia poucas portas abertas para as pessoas poderem consumir. É preciso mudar esta situação, disse, “vamos enviar uma comunicação a cada um dos nossos associados, pedindo uma intervenção diferente da que tem sido feita até agora”. Paralelamente, há que criar uma dinâmica que vá para além do próprio de Fim de Ano e Ano Novo, criar motivação para que as pessoas possam vir a Albufeira 15 dias, porque há programas interessantes e casas abertas para consumir”.
A marca Albufeira é muito forte, é o chapéu que alberga o Fim de Ano, e a marca Albufeira tem que ser cada vez mais reforçada, afirmou. “O investimento no evento é enorme, cerca de 1 milhão de euros, e não pode ser feito sem o apoio dos empresários. A APAL já tem 200 sócios de diferentes áreas profissionais, o que representa muito em termos de empregabilidade e economia no concelho, ou seja trata-se de um valor bastante interessante que nos confere capacidade para sermos um parceiro cada vez mais colaborante. E são várias as formas em que costumamos colaborar, nomeadamente a nível da promoção, onde temos um papel preponderante, do alojamento, refeições, etc. Para concluir “o nosso compromisso com a promoção de Albufeira e com a organização do evento é total”.
No final das intervenções dos dois presidentes foram várias as propostas apresentadas por alguns dos participantes, as quais José Carlos Rolo tomou devida nota para mais tarde poder refletir sobre as mesmas e, eventualmente, fazer alguns ajustes ao programa.
Refira-se, ainda, que para além da disponibilidade total manifestada pela APAL, no sentido de apoiar e promover o evento, outras associações deram, igualmente o seu contributo, nomeadamente a AHETA – Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve, representada pelo seu presidente, Hélder Martins, que referiu que o Fim de Ano deve ser promovido pela APAL e pela Região de Turismo lá fora, que tem que ser visto como um projeto de interesse geral e que a Câmara deve fazer um pressing forte junto dos empresários. Quer a AHETA, quer a ACALB – Associação de Comerciantes de Albufeira, igualmente, representada pelo seu presidente, Sérgio Brito, disponibilizaram-se a fazer a ponte com os empresários no que se refere ao programa de Fim de Ano.