PORTUGUESES NO HOLOCAUSTO MARCA INÍCIO DO FESTIVAL T

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O Festival de Teatro de Albufeira está de regresso com variadas propostas para públicos diversos. Holocausto, censura, surrealismo, comédia, encontros, desencontros e pontos de vista distintos sobre a tradicional Branca de Neve, prometem fazer do Auditório uma referência cultural por altura das Comemorações do Dia Mundial do Teatro.

Quase três centenas de portugueses foram vítimas do holocausto; alguns deles, algarvios, como o caso de Tomás Vieira que, sendo de Albufeira, tinha uma “cabeça perigosa”, na opinião dos nazis. Num momento em que os fluxos migratórios, assim como a eclosão de refugiados sírios se encontram na ordem do dia, o espectáculo que abre o IX Festival T – Festival de Teatro de Albufeira, traz-nos esta rima com a actualidade: “O judeu que guardou portugueses no Quarto de Van Gogh” (21h30, dia 17 de Março; repete no dia 21 à mesma hora; M 12), pela CTC – Companhia de Teatro Contemporâneo, destaca o valor do humano em tempo de guerra e de como a neutralidade neste contexto, é um conceito vão. Este trabalho resulta de uma investigação em torno do tema a cargo de Luísa Monteiro, que assina o texto e a encenação de um espectáculo pelo actor Raphael. Outro destaque deste Festival é a homenagem ao compositor Erik Satie, por se assinalar neste ano os 150 anos do seu nascimento.
 

Assim, “O Barão Medusa”, pela mesma Companhia, sobe ao placo com o único texto propriamente dramático escrito pelo surrealista francês, no domingo, dia 20, às 17h00 (repete no dia 2 às 21h30; M6): uma comédia lírica, surrealista, para o qual foi convidado o “prodigioso grupo das moscas invisíveis”.
 

Outras propostas integram este Festival, como é o caso de “O Homúnculo”, texto de Natália Correia apreendido em 1965 pela PIDE e que regressa agora ao palco pelo Teatro Estúdio Fontenova e às mãos dos leitores, no sábado, dia 19, às 21h30; M 12. De salientar ainda “I can’t breath”, de Elmano Sancho, um espectáculo que desmistifica ideias em torno da profissão de actor (sexta, dia 18, 21h30; M 16), juntando Elmano Sancho e Ana Monte-Real (actriz de filmes pornográficos) e “Branca”, um espectáculo destinado aos mais novos, mas assumidamente feito por adultos, onde confluem diversas dramaturgias em torno da tradicional Branca de Neve (domingo, dia 20, às 11h00; M3).

A par da programação, o fotógrafo Rui Gregório assina uma instalação baseada em Fotografia de Cena e que poderá ser vista ao longo de todo o Festival, no foyer do Auditório.

O Festival T é uma organização da CTC e do Município de Albufeira, sempre no Auditório Municipal, com entrada livre.

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