A partir do próximo dia 15 deste mês, o Museu Municipal de Arqueologia de Albufeira encerra ao público para receber diversas intervenções tendentes à melhorias das acessibilidades. Estas obras constituíram um projeto que foi submetido à Linha de Apoio ao Turismo Acessível do Turismo de Portugal, e aprovado com um apoio financeiro no valor de 151.573,26€. Um Museu para todos, ainda antes do fim do ano.
O Museu Municipal de Arqueologia de Albufeira fecha as suas portas pelo período de cerca de um mês, para se iniciarem diversas obras tendentes a uma melhor acessibilidade a este pólo cultural, situado na zona nobre da cidade. Estas obras decorrem de um projeto submetido à Linha de Apoio ao Turismo Acessível do Turismo de Portugal, no valor total de 283.714,47€. Do total de investimento, foi considerado elegível pelo Turismo de Portugal para efeitos de candidatura o valor de 168.414,74€, e será atribuído um incentivo de 90%, o que corresponde a 151.573,26€.
Para a implementação deste projeto, foi levado a cabo pelos serviços do Município, um levantamento de barreiras que incluiu as barreiras físicas do espaço envolvente, das áreas visitáveis, dos lavabos, das barreiras intelectuais e de comunicação do espaço expositivo, tendo sido auscultadas associações de pessoas portadoras de deficiência e a elementos da sociedade.
Deste modo, a zona envolvente ao museu terá lugares de estacionamento reservados a pessoas com mobilidade reduzida, bem como, uma área de circulação pedonal, assegurada através da colocação de pinos. Na fachada do museu, será instalada uma rampa que servirá de entrada principal a par com a existente, podendo qualquer visitante optar por a que melhor lhe convier. Na receção haverá um balcão para exposição dos produtos de merchandising, com altura que permite visibilidade para o público em cadeiras de roda. Ainda neste espaço, passará a haver um monitor com informação sobre as atividades culturais no concelho, com informação multilingue e opção de voz. As salas, dedicadas aos períodos da Pré-história, Romano, Visigótico/Islâmico e Idade Moderna, conterão a projecção de textos em vários idiomas (português, inglês, francês, castelhano e alemão), apontamentos sonoros e prateleiras com réplicas táteis das peças que se encontram no interior das vitrinas. A sala do período Visigótico/islâmico, terá ainda uma mesa interativa colocada na sala anterior que fará a apresentação dos objetos, dos textos, bem como conterá outras informações complementares.
A destacar também, na Sala da Idade Moderna (onde contém elementos pétreos arquitetónicos, provenientes da antiga Igreja Matriz de Albufeira), a instalação de uma tela e projetor com colunas, para projeção de filmes, documentários e outra informação audiovisual correspondente a exposições temporárias, datas festivas ou outros eventos.
Os lavabos, sofrerão obras de remodelação total. Prevê-se a instalação de um lavabo acessível, muda fraldas e espaço para alimentação e bebedouro de cães guia. Para o público em geral serão instalados dois lavabos.
No percurso acessível, no interior do museu, será oferecida a possibilidade do recurso a tablets com aplicação dedicada, nos quais o visitante poderá optar por áudio guia ou por informação textual. Todos os conteúdos serão disponibilizados nas referidas línguas estrangeiras e em Língua Gestual Portuguesa e Inglesa. Estará também disponível uma versão multilingue com tratamento de áudio descrição. Para o público infantil foram contempladas duas versões, em português e em Inglês. Ao longo do percurso acessível as peças tácteis ou réplicas terão igualmente legendagem em Braille. Todos os obstáculos serão assinalados por pavimento tátil.
Quanto ao futuro, o Município de Albufeira tem intenção de aferir, posteriormente à aplicação das novas medidas, a adequabilidade das mesmas. Ainda que estas tenham resultado de um estudo profundo, do debate de ideias, da auscultação de associações e do público em geral, poderão ser necessárias correcções. Está previsto a abertura de um pequeno núcleo interpretativo da Praça da República, no qual foi considerado todas as medidas necessárias à acessibilidade universal, que complementará a oferta cultural a turistas e locais. Os funcionários do museu têm usufruído de formação na área das acessibilidades, facto a que se pretende dar continuidade, complementado com cursos em línguas estrangeiras e LGP. Assinala-se ainda a aposta na acessibilidade Web do museu e no incremento de iniciativas de sensibilização dirigidas à comunidade local, hoteleiros, lojistas, restauração, associações, com objetivos específicos de sensibilizar para as questões da acessibilidade e promover a ideia de retorno social, turístico e económico que estas podem acarretar, bem como, de ganho comum. Pretende-se, ainda, iniciar uma série de atividades dirigidas a famílias e grupos com necessidades especiais.
Satisfeito com a aprovação deste projeto, José Carlos Rolo afirma que “a cultura é uma das nossas maiores valias, mas a sua comunicação passa por uma atitude cívica centrada em todos os cidadãos. Somos um Município acessível e trabalhamos continuamente para a abolição de quaisquer barreiras. Sem isso, não poderemos afirmar que somos um destino acolhedor. Na verdade, já o somos, não só em diversos edifícios públicos, como nas nossas praias”. O Presidente da Câmara de Albufeira afirma ainda ser intenção do Município promover junto dos agentes particulares a importância da acessibilidade e para isso, contará com as ações que serão não só desenvolvidas pelo Museu Municipal de Arqueologia, como por outras valências.