No Dia Internacional da Mulher, o Município de Albufeira distinguiu 10 mulheres da terra, com idades compreendidas entre os 37 e os 75 anos, que se destacaram pela relevância do seu percurso profissional ou pessoal e pelo seu contributo para o desenvolvimento do concelho. Durante a cerimónia, que este ano devido à pandemia, teve que adotar um formato mais simples, o presidente referiu que a escolha das homenageadas “é um processo sempre difícil e nem sempre consensual”, sublinhando, no entanto, que o mesmo pretende, de acordo com os critérios previamente definidos, ser o mais abrangente possível, quer em termos de diferentes áreas profissionais quer de faixas etárias abrangidas, bem como da representatividade geográfica do concelho.
Em 1975 as Nações Unidas proclamaram o Ano Internacional da Mulher e dois anos depois, em 1977, a referida organização instituiu o dia 8 de março como o Dia Internacional da Mulher, sendo hoje celebrado em todo o mundo como um marco das conquistas alcançadas pelas mulheres em diversas áreas, nomeadamente a nível social, económico e político.
Para assinalar a data, o Município de Albufeira promoveu, pelo terceiro ano consecutivo, uma homenagem às mulheres da terra com percursos profissionais ou pessoais relevantes para o concelho. Este ano foram homenageadas 10 mulheres albufeirenses, com idades compreendidas entre os 37 e os 75 anos de idade, de diversas áreas profissionais e em representação das quatro freguesias do concelho. No total, são já 27 as mulheres da terra distinguidas pela Câmara Municipal de Albufeira, no âmbito do Dia Internacional da Mulher.
Receberam a distinção “Albufeira Mulher 2021” Ana Sofia Brito, pela coragem e sucesso do seu percurso performativo no país e no estrangeiro (Animação de Rua); Carla Martins, em reconhecimento pelo seu desempenho, liderança e sucesso na gestão de dois dos maiores núcleos comerciais do concelho (Economia); Celestina Prata, pela sua dedicação e desempenho ininterrupto na vacinação da comunidade local, com destaque para a sua participação na vacinação contra a Covid-19 (Saúde Comunitária); Cláudia Vieira, pela sua visão empreendedora e relevância do seu desempenho na promoção da saúde animal (Medicina Veterinária); Clotilde Teodósio, pela relevância do seu desempenho empresarial e promoção da marca Albufeira a nível regional e nacional, bem como pelo contributo no apoio ao desporto e na vertente social (Restauração e Mecenato); Maria Espírito Santo, pelo reconhecimento do seu trabalho ao nível da promoção e continuidade da tradição popular e tipicidade da aldeia de Paderne (Tradição Popular); Maria Graça Faísca, pelo seu desempenho na promoção cultural e popular de Olhos de Água, com destaque para a fundação do Rancho Folclórico de Olhos de Água e criação da Associação Cultural e Recreativa da localidade (Associativismo); Maria José Leote, pelo seu longo e bem-sucedido percurso na formação e educação de jovens albufeirenses e pela sua entrega ao associativismo, concretamente pela relevância da sua intervenção na direção do Escutismo local e regional (Ensino e Associativismo); Margarida Feteira, pelo seu desempenho na direção e coordenação do Centro de Saúde de Albufeira, especialmente pela sua participação no combate à Covid-19 (Medicina Familiar) e por último, Sónia Pinto, pela relevância do seu desempenho na área do voluntariado, com destaque para a coordenação da delegação de Albufeira do Centro de Apoio aos Sem-abrigo.
Este ano, devido à pandemia, foi adotado “um formato mais simples, mais rápido e menos participado”, frisou o presidente da Câmara Municipal de Albufeira, sendo que a cerimónia, que decorreu no Salão Nobre dos Paços do Concelho, contou apenas com as presenças das homenageadas, elementos do Executivo, presidente da Assembleia Municipal e presidentes das Juntas de Freguesia do concelho.
O autarca sublinhou que apesar de este ano a cerimónia “não ser tão glamorosa”, nem poder reunir os familiares das homenageadas “continua a ser um evento de enorme significado para mim em particular e para o Município que represento”. Referiu os momentos mais marcantes relacionados com a comemoração da data e frisou que apesar de ser um dos dias mais celebrados em todo o mundo, ainda continuam a prevalecer muitas desigualdades que é fundamental erradicar. “Apesar de estarmos em pleno século XXI, só este ano foram assassinadas 30 mulheres em Portugal em casos de violência doméstica, uma situação preocupante, que tem que contar com o contributo de todos e de todas, para que esta realidade inaceitável mude”. A Lei da Paridade, com a imposição de quotas, veio trazer uma aproximação no que diz respeito aos direitos das mulheres na área profissional e política, frisou, “mas só quando isto acontecer naturalmente é que podemos considerar que temos uma sociedade mais justa e igualitária”.
José Carlos Rolo fez questão de salientar que a cerimónia deste dia 8 de março de 2021 iria ficar marcada na memória de todos “não só pelo reconhecimento do Município a estas 10 mulheres que muito admiramos, devido à sua intervenção social e ao trabalho e dedicação a nível individual e coletivo em prol do nosso concelho, mas também devido ao período difícil que estamos a atravessar, em que, para nos protegermos, não podemos dar largas aos afetos: temos que usar máscara e não nos podemos cumprimentar com um beijo, um abraço ou um aperto de mão. Mas tudo isto vai passar e o mais importante é que continuemos a nos esforçar no sentido de reconhecer a importância da mulher na sociedade”, concluiu.
O presidente da Assembleia Municipal corroborou as palavras de José Carlos Rolo, tendo começado precisamente por afirmar “Hoje não estamos a festejar o Dia da Mulher. Hoje estamos a reconhecer o papel da mulher na sociedade!”. Paulo Freitas destacou que “o dia 8 de março representa o culminar de uma luta, do reconhecimento da igualdade de direitos, que ainda hoje, infelizmente, continuam a ser desrespeitados”. Dirigiu-se às homenageadas como exemplos de vida, devidamente demonstrados através do curriculum apresentado, que o Município publicamente reconhece. “Vocês são guerreiras, são lutadoras como todas as mulheres e representam o reconhecimento do Município naquilo que não é visível, mas que queremos que seja! Cada uma de vós representa outras mil e, em cada uma dessas mil outras dez, que representam todas as mulheres que lutaram no passado para ter o direito a votar e que hoje continuam a lutar pelos seus direitos. Quando reconhecemos as mulheres por aquilo que elas são, independentemente das suas diferenças, cor, religião ou escolha clubística, estamos a reconhecer a mulher como um ser humano, que é o princípio de tudo porque é ela que nos dá a vida”. Obrigada por aquilo que são e por nos inspirarem, concluiu.