CERIMÓNIA DE HOMENAGEM

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Passado um ano sobre a tragédia que se abateu em Albufeira no dia 1 de novembro de 2015, resultado de elevada precipitação que originou graves prejuízos, a nível público e privado, que ascenderam a 20 milhões de euros, a Câmara Municipal decidiu homenagear publicamente todas as entidades que estiveram envolvidas na resposta à intempérie e que naquele dia decidiram dar as mãos para ajudar a salvar vidas e restaurar a normalidade em todas as zonas afetadas do Concelho.

A cerimónia decorreu na terça-feira, 1 de novembro, em dois momentos distintos: primeiro no Salão Nobre dos Paços do Concelho, local escolhido para receber as entidades que foram agraciadas com uma réplica da escultura “Onda Solidária” e um diploma com vista a perpetuar na memória de todos os envolvidos o significado da data, e posteriormente na Avenida da Liberdade, onde decorreu a inauguração da obra, que contou com a presença da escultora.

Durante a sua intervenção, Carlos Silva e Sousa referiu que o evento tem por objetivo fazer com que a data seja recordada não só pela sua parte negativa, mas sobretudo pela onda de união, solidariedade e generosidade geradas desde a primeira hora. “Todos quiseram envolver-se na recuperação de Albufeira - por dia chegaram a ser mais de 1000 voluntários, 2000 mil pessoas no terreno (entidades de diversas áreas, funcionários municipais, clubes, associações, empresários e anónimos) e cerca de 1000 meios, entre viaturas e outros equipamentos. Felizmente não houve vítimas mortais a registar, isto graças à prontidão das forças de segurança que atuaram com enorme coragem e profissionalismo”. O presidente sublinhou que não há memória de acontecimento tão grave no nosso concelho. “Apesar de termos sido afetados por duas enormes cheias no século passado, os especialistas dizem que o que aconteceu em Albufeira em 2015 não se irá repetir num período de 100 anos, mas a verdade é que não me deram garantias sobre essa previsão, por isso há que agir; daí estarmos a elaborar o Plano de Drenagem para Albufeira que vai ser apresentado publicamente amanhã. Esta vai ser a obra do século, quer pela sua complexidade quer pelo enorme esforço financeiro que implica (está avaliada em 15 milhões de euros), mas vai valer a pena porque é uma infraestrutura imprescindível para evitar e atenuar os efeitos deste tipo de calamidades, cada vez mais frequentes”.

Esta não é a primeira vez que o Executivo liderado por Carlos Silva e Sousa reconhece o esforço e abnegação de todas as pessoas e entidades que num ato exemplar de cidadania prontamente e de forma organizada, se voluntariaram para integrar as operações inerentes à reposição dos espaços afetados pela intempérie, que assolou com extrema gravidade várias zonas de Albufeira, com particular incidência na baixa da cidade. Recorde-se que em sessão de Câmara de 18 de novembro de 2015, foi deliberado atribuir um voto de louvor a todas as pessoas e entidades que contribuíram para recuperar Albufeira do trágico episódio registado no dia 1 de novembro.

Volvido um ano sobre os acontecimentos, é agora tempo de conhecer publicamente os nomes e os rostos dos representantes das várias entidades que participaram na reconstrução da cidade. O presidente destacou que estas distinções não são suficientes para agradecer o esforço e a onda de solidariedade gerados em torno da calamidade. “O que aconteceu em Albufeira foi uma lição para todos e apesar da tragédia, que pela sua dimensão é impossível esquecer, eu prefiro realçar a parte positiva, que passou precisamente por fazer vir ao de cima o que de melhor há em cada um de nós, nomeadamente a humildade, a generosidade e a esperança no ser humano. É claro que ainda há algumas situações por resolver, nomeadamente no que respeita às indemnizações e ao acesso às linhas de crédito, que nós continuamos empenhados em encontrar uma solução que vá de encontro às necessidades das pessoas que sofreram avultados prejuízos”. O sentimento é de extrema gratidão para com todos, desde os Bombeiros de Albufeira e das restantes corporações do Algarve, à Proteção Civil, Cruz Vermelha, GNR, Polícia Marítima, Escuteiros, Santa Casa da Misericórdia, empresários, clubes e associações, funcionários da autarquia e cidadãos anónimos “que arregaçaram as mangas, calçaram as galochas e mostraram que somos gente excecional que não baixa os braços perante a adversidade”. Albufeira conseguiu dar a volta por cima e o que muitos pensavam ser impossível aconteceu “Conseguimos limpar tudo a tempo do grande espetáculo de Fim de Ano, demos um exemplo de união, solidariedade, persistência e tenacidade e saímos com a autoestima reforçada”, concluiu.

Na Avenida da Liberdade foi inaugurada a escultura “Onda Solidária” de Teresa Paulino, uma obra em ferro, pintada em tom de cobre, que pretende personificar as mãos de todos os que ajudaram na recuperação da baixa de Albufeira e que simbolicamente irá recordar para sempre um dos dias mais trágicos marcado por uma enorme onda de solidariedade. 

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Data de Publicação: 

2016/11/03