De 2 a 28 de junho, a proposta artística da Galeria de Arte Pintor Barros recai sobre a obra de Luísa Soares, pintora louletana residente em Albufeira. Sob o título “Desen_Carnados”, este trabalho remete os apreciadores de pintura para a geometria quase abstrata aliada ao princípio cubista de representação coordenada de momentos estáticos com a dimensão do movimento. Numa reconstrução lógica do espaço, a artista demonstra igualmente as influências da arte étnico-primitiva, não só pelo recurso às formas como às cores.
Entre os princípios do cubismo e as influências da pintura geométrica abstrata, Luísa Soares oferece-nos a partir de amanhã e até 28 de junho, uma vasta gama de pinturas e uma instalação na Galeria de Arte Pintor Samora Barros.
A artista louletana intitula este trabalho com a palavra composta “Desen_Carnados”, numa alusão ao desenho, às cores eminentemente “quentes” e ao significado da palavra que remete os apreciadores de pintura para o princípio cubista de representação coordenada de momentos estáticos, captados na mesma tela, ou seja, a juntar-se às três dimensões da geometria euclidiana, evidencia-se a quarta dimensão, a do movimento. O estatismo foi um dos conceitos da Física exploradas pelas Vanguardas e Luísa Soares mostra-se sensível a este aspeto da herança artística, acrescentando a esta reconstrução lógica e geométrica do espaço (Natureza) as influências da arte étnico-primitiva, não só pelo recurso às formas como às cores.
Luísa Soares diz que esta exposição é “um convite à nudez do Ser”, acrescentando que “somos seres individuais num mundo coletivo. Somos solitários num mundo superlotado de gente. Temos medos, mas agimos como invencíveis.” Deste modo, a arte é para si um processo de inscrição e excreção, de “memória” e narrativa do seu olhar. Efetivamente, a pintura é um espaço de superação do tempo. De modo idêntico, um dos mentores do cubismo, Georges Braque refletia que “Não se deve querer apenas copiar as coisas. Devemos penetrá-las, tornarmo-nos nós próprios em coisas.” Deste modo, compreende-se o título que a artista algarvia dá a esta mostra. Residente em Albufeira, a pintora confessa: “é através da pintura que conto as minhas histórias”. Aprecia “dar vida a materiais já gastos e inutilizados” e de “registar estados de espírito”.
Esta exposição pode ser apreciada seguindo as prescrições da DGS – Direção-Geral de Saúde, de segunda a sexta-feira, nos horários 09h30-12h30 e 13h30-17h30, encerrando aos sábados, domingos e feriados.