BIBLIOTECA LÍDIA JORGE COMEMORA 12 ANOS NO SÁBADO

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A Biblioteca Municipal Lídia Jorge comemora 12 anos no próximo sábado e irá receber o grupo de teatro O Som do Algodão, para a apresentação do seu conto musicado. “Uma História de Natal no Centro da Terra”. O espetáculo destina-se a famílias com crianças a partir dos 3 anos e é de entrada livre. Na imagem, temos a escritora Lídia Jorge e o Presidente Carlos Silva e Sousa aquando do 10º aniversário. Conheça a história da sua biblioteca no artigo que se segue.

A Biblioteca Municipal Lídia Jorge soma 12 anos no próximo sábado e contabiliza já para cima de 15 mil leitores! Para assinalar a data, entre outras surpresas, temos o grupo de teatro O Som do Algodão, para a apresentação do seu conto musicado. “Uma História de Natal no Centro da Terra”. O espetáculo destina-se a famílias com crianças a partir dos 3 anos, é de entrada livre, com início às 11h e tem a duração de 50 minutos.

Do historial da biblioteca municipal de Albufeira (BMA), salienta-se duas fases de desenvolvimento, representadas pelas suas instalações. Assim, podemos identificar uma primeira fase como sendo aquela em que esteve instalada desde 1995 até 2004 no edifício do Arquivo Histórico, perto do Museu Municipal e do centro histórico. A segunda fase começa em dezembro de 2004, com a sua instalação num novo edifício construído de raíz numa zona nova da cidade, local que ocupa até hoje, ou seja, na Rua Sophia de Mello Breyner. Porém, a BMA passou em 2009 a ser conhecida pelo nome que lhe foi atribuído como homenagem à mais conceituada escritora da actualidade Lídia Jorge – BMLJ.

Entre 1995 e 2004 a BMA funcionou num edifício sito no Beco Bernardino de Sousa (junto ao atual Museu Municipal de Arqueologia de Albufeira). Neste edifício, a biblioteca coexistia juntamente com o Arquivo Histórico Municipal. As valências fornecidas ao público eram mínimas, devido às restrições impostas pela arquitetura do edifício. Quem o visitasse podia consultar e requisitar (se fosse utilizador da biblioteca) única e exclusivamente livros.

Até 2004 a BMA dispunha de um espólio documental de cerca de 12.800 documentos livros. Este estava dividido pelos dois andares. No r/c. eram consultadas as classes 0, 1, 2, 3, 5, 6, 7 e 9 , no 1º andar podia-se consultar a classe 8, literatura . Neste espaço, foi criado um gabinete para os assistentes técnicos que entraram no ano de 2004 para trabalhar nas novas instalações da BMA.

Na receção, eram assegurados serviços como a inscrição como leitor da BMA, esclarecimento de eventuais dúvidas e o empréstimo de livros. O serviço de reprografia, funcionava em simultâneo com a receção, pois era assegurado pelo mesmo técnico que realizava o atendimento.

O atendimento ao público (entre 1995 e 2001), era assegurado por uma assistente técnica e uma assistente operacional, cujo gabinete de trabalho se localizava na receção. Um assistente técnico conseguia controlar toda a biblioteca.

No primeiro andar da biblioteca localizava-se o gabinete do bibliotecário e a sala de leitura, por onde se tinha acesso a uma outra sala interior  que continha o acervo bibliográfico destinado ao público infantojuvenil, em partilha com as publicações periódicas, que eram aí consultadas.

A sala de leitura dispunha de 4 mesas, cada mesa dispunha de 4 lugares. Nesta sala não era possível a consulta de qualquer documento não-livro, uma vez que não havia espaço para colocar uma televisão ou um computador. Esta sala era usada preferencialmente por estudantes e por pessoas que vinham consultar publicações periódicas. Outros utilizadores do espaço deslocavam-se à biblioteca para efetuar empréstimo domiciliário. A média de utilizadores da BMA, rondava as 15 pessoas por dia. Contudo, muitos estudantes e investigadores recorriam ao espólio da BMA, uma vez que conseguiam encontrar documentos que não encontravam em mais lado nenhum.

No âmbito da política nacional biblioteconómica, o município de Albufeira decidiu aderir em 1999 ao programa de apoio às bibliotecas públicas (1999) da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas (RNBP), criado pelo Instituto Português do Livro e da Biblioteca (IPLB) em 1987, atual Direção Geral do Livro e das Bibliotecas (DGLB). Este programa exige uma série de regras cuja obrigatoriedade se traduz na assinatura de um contrato-programa entre as autarquias e a DGLB, tendo como principal objectivo a criação/instalação de bibliotecas nos respetivos municípios.

Após a inauguração do novo espaço da biblioteca, sito na Urbanização Quinta da Correira, espaço construído de acordo com as regras do programa da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas, a BMA passou a dispor de valências como um átrio que serve de receção, uma sala polivalente e setores distintos como é o caso do infantojuvenil, do audiovisual e da sala de leitura e formação. O espaço foi ainda enriquecido com a existência de um bar, destinado tanto a funcionários como aos clientes da BMLJ.

O átrio tem uma configuração rectangular regular. Ao franquear o átrio o visitante pode ver os placards, usados para divulgação da mais diversa informação. A receção tem como principais funções: a inscrição dos utilizadores da biblioteca, que passam a ser leitores; o esclarecimento de dúvidas e informações da mais diversa natureza; o empréstimo domiciliário (que centraliza a requisição de documentos provenientes dos outros setores de atendimento ao público) e integra o serviço de reprografia. Este serviço funciona em regime de “self-service”, ou seja o utilizador adquire um cartão magnético de fotocópias, carrega-o com um determinado valor, e pode usar o equipamento, podendo sempre contar com a ajuda do funcionário. O balcão tem alturas diferentes de modo a facilitar o atendimento a adultos, crianças e pessoas de mobilidade reduzida.

A sala polivalente tem capacidade para 90 lugares sentados. Nesta sala realizam-se um conjunto heterogéneo de atividades tais como: apresentações de livros, palestras, workshops, debates, conferências, ações de formação, encontro de escritores, clubes de leitura, exposições de arte e outras. Em termos de equipamento, esta sala dispõe de data-show, tela de projeção, equipamento de vídeoconferência, computador portátil, plasma, equipamento de som (mesa de som, colunas e microfones).

O setor infantojuvenil , foi concebido para acolher público com idade igual ou inferior a 14 anos. Neste setor é possível a consulta dos diversos tipos de documentos, aceder à Internet ou tomar conhecimento do destaque do mês . Dispõe de instalações sanitárias para crianças, dentro da sala e separadas por sexo, inclui também um fraldário (localizado no WC para pessoas com mobilidade reduzida), solução que resulta da existência de um espaço destinado a bebés. Esse espaço específico para crianças dos 0 aos 3 anos, designado por bebeteca, integra-se dentro deste setor, estando próximo da sala onde são realizadas atividades de promoção de leitura com crianças e turmas escolares, intitulado hora do conto. Este setor dispõe ainda de um computador para invisuais, que foi instalado por causa da impressora que, por imprimir em relevo, faz muito barulho, optando-se assim por colocá-la num setor onde o barulho é mais tolerado dada a presença de crianças.

No setor audiovisual é possível ver um filme em formato DVD ou VHS escolher um CD, ou consultar um jornal ou revista ou livros (constituindo a literatura 1/3 do acervo documental, por uma questão de gestão de espaço, decidiu-se arrumar a classe 8 – notações relativas à literatura estrangeira no setor audiovisual, e a literatura portuguesa e restantes notações da classe 8 no 1º andar na sala de leitura e formação). Esta sala encontra-se em ligação direta com o átrio e permite o acesso ao 1º andar – sala de leitura e formação.

A sala de leitura e formação, localizada no 1º andar, é composta por uma zona ampla contendo zonas de estantes de livros temáticos (classes 0,1,2,3,5,6,7,8,9), enciclopédias, diversas obras de referência, e acesso à Internet, através de 8 computadores disponíveis  exclusivamente a quem é leitor da BMA. Quem não é leitor, pode aceder à internet em 2 computadores localizados no setor audiovisual. Este setor dispõe ainda de acesso remoto à Internet via wi-fi.

No primeiro andar da biblioteca localizam-se os serviços técnicos. As instalações da biblioteca dispõem de 6 gabinetes de trabalho para os técnicos da biblioteca. Cada gabinete tem espaço para alojar 3 técnicos. Quando não estão nos setores de atendimento ao público, os técnicos realizam o trabalho nos seus gabinetes.

A biblioteca dispõe de cerca de 40 computadores distribuídos pelos setores e gabinetes. A nível informático existem 2 redes. Uma rede externa, destinada aos leitores que podem aceder à Internet e outra, interna, que assegura a ligação da biblioteca à Câmara. As duas redes são independentes uma da outra e assim evita-se que haja intrusão de vírus ou de piratas informáticos na rede interna da autarquia. Além disso é necessário a existência de equipamento que faça gravações automáticas (back ups) de tudo o que é realizado na BMA. Para gerir tudo isso é necessário um servidor controlado pela Divisão de Informática. Havendo 6 gabinetes não foram adquiridas 6 impressoras. Optou-se por adquirir uma impressora à qual os computadores dos gabinetes de trabalho estão ligados em rede e que imprime em formato A4 e A3. A biblioteca dispõe ainda de uma copa onde os técnicos podem preparar e comer refeições ligeiras.

Finalmente, mas não menos importante, pois é um dos elementos base de uma biblioteca, o novo edifício desta biblioteca está equipado com um depósito que dispõe de estanteria fixa e rolante. Neste espaço são guardados os documentos que não são necessariamente disponibilizados ao público (por exemplo, duplicados, edições desatualizadas, etc.). Também alberga os livros que são editados pelo município ou que são adquiridos por meio de apoio à edição, assim como ofertas de acervos bibliográficos por parte dos utilizadores e conjuntos de documentos das bibliotecas escolares que vão ser tratados pelos técnicos.

ACERVO DOCUMENTAL

O espólio documental da BMA situada no Beco Bernardino de Sousa era composto exclusivamente por livros. Até 2004 a BMA dispunha de cerca de 12.800 livros. Não dispunha de documentos não-livro porque as instalações onde a biblioteca estava instalada não possuíam aparelhos de leitura desse tipo de material (televisões, leitores de vídeo, computadores) nem existia espaço físico para proceder à sua instalação. Durante o ano de 2004 tendo em conta a inauguração do novo edifício foram abertos vários procedimentos para aquisição de documentos livro: 15.200 e não-livro: 240 CD-ROMs, 2.250 CDs, 1.000 DVDs e 1.300 VHS, que chegaram dois meses antes da inauguração das novas instalações. Estes procedimentos implicaram uma extensa consulta de mercado, o que permitiu a aquisição de documentos em todas as áreas do saber, enriquecendo de forma significativa o espólio documental. Em novembro de 2004 a BMA dispunha de 30.000 documentos livro e de 4.790 documentos não-livro.

Até 2010 foi possível manter uma política de aquisição de documentos livro e não-livro. Como em 2005 deram entrada cerca de 15.200 livros, o tratamento documental deste espólio levou 2 anos. Entre 2005 e 2010 as aquisições concentraram-se nos romances e enciclopédias, atendendo ao fato de que as outras áreas do saber já se encontravam com um volume considerável devido aos procedimentos de aquisição já mencionados e feitos previamente à inauguração da BMA. Em 2010 as aquisições estagnaram devido à conjuntura económica nacional, embora tenha continuado a existir um esforço por parte da autarquia em investir na aquisição de publicações periódicas, por ser um tipo de documento que exige uma aquisição contínua e que é fator de atração de público.

A atual conjuntura económica não impediu o aumento do acervo documental da biblioteca, pois este continuou a crescer graças às doações dos utilizadores. Estas doações, após feita a respetiva seleção, têm permitido continuar a enriquecer e diversificar o espólio documental da BMA.

Em 2015 o acervo documental da biblioteca é composto por 41.000 documentos livro (10.000 dos quais são infantojuvenis) 20 Audiobooks, 4.000 CDs, 2.500 DVDs, 300 CDROMs, 1.800 VHS. De lá para cá houve um aumento de cerca de cinco por cento.

 

DATAS HISTÓRICAS DA BIBLIOTECA

 

1995: em janeiro a BMA começa a funcionar no Beco Bernardino de Sousa. Neste edifício também funciona o Arquivo Histórico de Albufeira.

31/12/2002: obra de construção da nova BMA (sita na Urbanização Quinta da Correeira) adjudicada à Teixeira Duarte pelo valor de 1.516.352,93€ (Acta de Reunião de Câmara de 31/12/2002). Área útil: 1.259,80m2

07/05/2003: assinado o Contrato-Programa [Diário da República II Série, nº 147 de 28 de Junho de 2003] entre a Câmara Municipal de Albufeira e o Ministério da Cultura.

19/09/2003: Cerimónia de Lançamento da Primeira Pedra com a presença do Secretário de Estado da Cultura, na altura, José Manuel Lopes.

2004: em Junho procede-se á empreitada de Execução da Biblioteca Municipal de Albufeira – Recepção Provisória. A partir de Julho o edifício está pronto e pode ser ocupado pelos funcionários.

08/11/2004: transferência do espólio documental do Beco Bernardino de Sousa para Urbanização Quinta da Correeira. No Beco Bernardino de Sousa fica o Arquivo Histórico de Albufeira. A BMA encerra ao público, para que sejam ultimados os preparativos de inauguração do novo edifício.

17/12/2004: inauguração do novo edifício da BMA (Urbanização Quinta da Correeira).

18/12/2004: a BMA abre ao público.

07/10/2009: a convite do então Presidente da Câmara, Desidério Silva, a escritora Lídia Jorge aceita dar o seu nome à biblioteca, passando a ser a sua “madrinha”, numa cerimónia pública realizada nesse dia, passando a Biblioteca Municipal de Albufeira a designar-se por Biblioteca Municipal Lídia Jorge.

 

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Data de Publicação: 

2017/12/14