O antigo edifício do Tribunal, na Rua da Igreja Nova, está a ser reabilitado para acolher um Centro de Artes e Ofícios. A intervenção, que envolve um investimento no valor de €556.848,90 foi cofinanciada por Fundos Comunitários, no âmbito do programa FEDER, no valor de €314.825,45. O presidente da Câmara Municipal de Albufeira considera que o edifício tem elevado potencial turístico e que a sua recuperação e abertura ao público vai contribuir para reduzir a sazonalidade na zona.
Desocupado há vários anos, o edifício mantinha ainda a integridade estrutural ao nível das fachadas e das arcadas, tendo-se verificado a necessidade de substituir telhados e sobrados, bem como efetuar a demolição dos anexos de apoio ao tribunal. O Município de Albufeira optou por apostar num projeto de reabilitação baseado numa abordagem contemporânea, com a reinterpretação de alguns elementos herdados da arquitetura mediterrânica, nomeadamente o pátio como elemento de organização espacial, as paredes brancas texturadas, com utilização de tijolo maciço pintado, as gelosias que serviam de filtro da luz e controlo das vistas e a relação interior/exterior bem demarcada.
A presente intervenção pretende, “para além da recuperação do edificado contribuir para reduzir a sazonalidade numa zona cuja principal atividade centra-se, quase exclusivamente, na exploração turística” refere o presidente da Câmara Municipal de Albufeira, que no passado mês de dezembro efetuou uma visita ao local, acompanhado de elementos da vereação e técnicos da autarquia, para verificar o andamento da obra. Os trabalhos estão a decorrer a bom ritmo, prevendo-se que a obra fique concluída este ano.
Paralelamente à localização, há que destacar a importância do edifício, que devido a algumas das suas características, nomeadamente por possuir uma fachada com enorme visibilidade exterior, um pátio interior com arcadas e condições para funcionar como um miradouro sobre a cidade “tem um elevado potencial turístico”, sublinha José Carlos Rolo.
Refira-se que o futuro Centro de Artes e Ofícios contempla um conjunto diversificado de valências que se complementam entre si, destacando-se, igualmente, como uma mais-valia, a possibilidade do estabelecimento de sinergias entre os vários ocupantes do espaço com vantagens competitivas evidentes.
Irá disponibilizar informação sobre técnicas tradicionais de artesanato, quem produz e a forma como o faz, percorrendo todas as etapas ao longo do processo de produção, da ideia ao produto final (vertente informativa), com o objetivo de facilitar a transmissão de saberes ancestrais e promover a sua divulgação a nível turístico.
Contempla uma área destinada a acolher os produtos locais e artesanais (vertente expositiva), constituindo-se como uma mostra representativa da oferta local, o que irá contribuir para valorizar a marca Albufeira como destino turístico que para além do sol e da praia aposta nas tradições.
Com vista a preservar, transmitir e adaptar antigos saberes à realidade atual, o projeto engloba uma área de formação (vertente formativa) vocacionada para diferentes tipos de público: cidadãos em geral e alunos das escolas que pretendam ficar a conhecer melhor as várias técnicas de artesanato e turistas que queiram participar numa experiência de visita marcante.
O Centro irá funcionar também como residência temporária de artesãos (vertente incubadora), que passarão a dispor de um espaço privilegiado de trabalho, onde poderão promover os seus artigos e ensinar a sua arte, numa lógica de incentivo à criação de novas empresas na área do artesanato.